Se você é gosta de imaginar como
será o futuro com todas as mudanças acontecendo com velocidade acelerada pelos
avanços tecnológicos exponenciais, você não pode deixar de assistir a Série
“Love, Death and Robots” da Netflix!
O próprio nome (Amor, Mortes e Robôs) já é bastante poético, traz consigo uma ampla gama de significados, quando pensamos no sentido da vida, amor e morte, com certeza sempre foram duas variáveis importantíssimas para filosofar sobre o que é a vida e qual o seu significado, se é que tem algum! Nos dias atuais outras questões vieram à tona: qual é a relação entre a consciência e os algoritmos? A inteligência artificial terá consciência? Será um robô capaz de amar?
É claro que uma série com
episódios independentes, sem continuidade, com apenas 10 minutos de duração não
vai trazer esta resposta, até porque ela não existe até o momento. Mas por isso
que esta série é tão fantástica, a cada episódio, curto, conciso e
hipercriativo eles exploram as inúmeras possibilidades das formas de existência
que podem vir a existir ou que já existam e nem as percebamos!
É incrível pensar em como a série
foi feita experimentalmente por estagiários da Netflix... Eles misturam
animação, desenho animado e atores reais em mundos fantásticos, variando a cada
episódio o seu grau de fantasia e realidade nos colocando num limbo entre a
abstração, o concreto, as diversas dimensões possíveis, a relatividade
temporal, os entrelaçamentos quânticos, as realidades paralelas e a imaginação.
No episódio “3 robôs” eles contam
sobre um mundo pós-apocalíptico onde os gatos tomaram a liderança e dizimaram a
raça humana e isso tudo é descoberto por robôs vindos de outros planetas.
Já no episódio “Proteção contra alienígenas” o mundo a humanidade ainda não foi dizimada pois aprendeu a construir robôs e controlá-los numa espécie de interação entre homem e máquina possibilitando a reação e enfrentamento a uma guerra constante contra alienígenas (DAILEONN!!).
Conseguimos acompanhar desde a
“Era do Gelo” (nome do episódio), passando por todas as revoluções industriais,
passando por um apocalipse até a ascensão de uma sociedade hipertecnológica
futurística que quase é exterminada por bombas atômicas, se reconstrói, avança
a um nível além do que conhecemos e no fim acaba se tornando uma espécie de
energia una, uma espécie de luz que pode ser considerada radiação de alta
energia formada com aniquilamento da matéria colidindo com a antimatéria!
Tudo isso, desde o povoado pré-medieval,
até o aniquilamento quântico e depois um novo recomeço onde hominídeos
disputavam a sobrevivência com dinossauros, é contado em apenas 11 minutos e em
miniatura, dentro do congelador da geladeira de um casal tomando vinho e
comendo pizza!
Como pode reparar, os temas são bem
diversos, desde mundos com outros destinos de acordo com diferentes escolhas de
Hitler, ou a perseguição de um assassino a uma prostituta feita em animação num
tempo em looping eterno, ou simbologia de números da sorte, até uma expedição
espacial solitária onde uma astronauta se vê à deriva no espaço e para voltar à nave e salvar sua vida precisa usar a 3ª Lei de Newton de uma forma
sanguinolenta!
Ágora vamos analisar este
episódio, através da agonia da astronauta jogada no espaço escuro e infinito
vamos aprender as 3 Leis do grande Sir Isaac Newton!
No episódio “Help Handing” , com
a melhor tradução: “Uma mãozinha”, a astronauta participando de uma expedição espacial
solitária, afim de fazer manutenção de satélites orbitando a Terra, acaba sendo
atingida por um parafuso à deriva no espaço e sendo impulsionada para longe da
nave e cada vez se afastando mais de tudo, sem ter como retornar. Seu corpo
simplesmente flui através do vazio para cada vez mais longe, enquanto seu aparelho
de oxigênio se esvazia!
A solução que ela encontra para
retornar à nave é genial e sanguinolenta, primeiro tira a luva da sua roupa de
astronauta e atira na direção da nave, porém com o sentido contrário, sendo ela
própria sendo impulsionada na direção e sentido da nave, porém ela erra por
centímetros e acaba não conseguindo se salvar, chega perto mas passa batido, se
afastando novamente agora no sentido contrário!
Na próxima cena, o seu braço já
está congelado, por estar exposto ao vácuo, e então ela percebe que sua última
chance está naquele braço! Ela o arranca, torce, puxa, quebra e o joga no
sentido contrário ao da nave, tomando novamente impulso no sentido da nave, e aí
sim, consegue se salvar!
Agora vamos entender o que
aconteceu fisicamente em todo este tormento e salvação!
No início, quando a astronauta
tem todo o controle do que está fazendo, ela se desloca tranquilamente entre
naves, e faz isso utilizando as 3 leis de Newton. Para se afastar de uma nave,
ela empurra a nave, e conforme a 3ª Lei, a nave a empurra no sentido contrário:
Ação e Reação! A partir daí, a 2ª Lei de Newton toma o controle, a força de
reação da nave, vamos chamar de F, muda a velocidade da astronauta, ou seja,
acelera a sua massa! A fórmula matemática que descreve esta 2ª Lei é assim: “F
= m.a”!
Depois de ser acelerada da velocidade
zero, ou seja, parada, até uma velocidade maior que zero, ou seja, em
movimento, ela não está mais tocando a nave, e não está mais submetida à forças, com isso, a 1ª Lei de Newton toma a frente, um corpo não submetido à
forças, permanece em seu estado de movimento para sempre, se ele estiver
parado continua parado, se ele estiver se movendo com uma velocidade qualquer,
vai continuar com a mesma velocidade para sempre! Esta lei é chamada Lei da
Inércia... a inércia de um corpo é a tendência que ele tem de continuar seu
estado de movimento, continuar parado ou continuar se movendo com a velocidade
constante!
E foi isso que causou a quase
morte agonizante da cientistas, ela foi atingida por um parafuso, sofreu uma
FORÇA causando uma ACELERAÇÃO em sua MASSA ( 2ª Lei), aumentando sua velocidade, e
depois, esta velocidade aumentada continuou constante e seu corpo foi se
afastando para sempre, sua INÉRCIA a manteve se afastando para sempre (1ª Lei)
até que ela teve a ideia de usar a 3ª Lei, AÇÃO e REAÇÃO. Ela jogou então,
primeiro a luva, depois o braço, no sentido contrário ao da nave, fazendo uma
força e recebendo uma FORÇA DE REAÇÃO no sentido contrário, o sentido de sua salvação, a nave!